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Conversa de Homens

Existe um novo paradigma de masculinidade. O Homem Deixou de ser um parvalhão, passou a ser uma pessoa!

Existe um novo paradigma de masculinidade. O Homem Deixou de ser um parvalhão, passou a ser uma pessoa!

Quando o divórcio separa os pais dos filhos

Quando o divórcio separa os pais dos filhos

Este é um dos temas que tenho guardado há algum tempo. É pesado e custa escrever sobre um assunto tão assustador. Um pai, ou uma mãe, deve estar com os filhos, amá-los, orientá-los para a vida. Todos sabemos que isso nem sempre sucede. Muitas vezes fechamos os olhos, fingimos que não existe. Afinal, o que não vemos não nos atinge. No entanto, creio que todos, de forma mais ou menos próxima, se recordam de assistir a um caso de separação. De um colega, de ouvir os pais em casa falar disso...

 

Enterrar a cabeça na areia não faz com que milhares de crianças e pais vivam de costas voltadas, cada um a sofrer para seu lado. Com ofensas, agressões morais e, muitas vezes, físicas. Não existe uma receita, (seria bom que assim fosse), para lidar com este problema provocado, quase sempre, pela falha das relações entre o casal.

 

Existe todo um mundo de situações que podiam ser relatadas, sobre o afastamento de pais e filhos, mas este texto vai debruçar-se naquela que pode ser controlada pelos pais. Quando a causa é a separação dos pais, mesmo "amigável", os filhos sentem sempre, nem que tenham apenas dois anos!

 

Para esta conversa, vou pegar naquilo que um amigo me falou há poucos dias, aquilo que está a passar neste momento. "Não vejo o meu filho há precisamente um ano". Fiquei espantado. Desconheço a realidade da sua vida em casal mas também não encontro motivos que levassem a esta situação. Pelo seu relato, fiquei até a saber que existe um grupo de apoio para os pais que estão impedidos de estar com os filhos. A Associação Portuguesa para a Igualdade Parental e Defesa dos Direitos dos Filhos (APIPDF), criada em 2010, onde se reúnem pais e mães que estão, por diversos motivos, afastados dos filhos.

 

Processos de divórcio complicados e morosos, mães e pais que usam os filhos como arma na discussão das condições de separação. Progenitores a quem o tribunal concede a tutela dos filhos enquanto decorre o processo judicial, que pode demorar anos, enquanto a outra parte fica legalmente impedida de contactar com os filhos.

São anos perdidos, irrecuperáveis e, muitas vezes, acabam por levar ao afastamento total dos filhos. Crescem e chega a um momento em que são quase desconhecidos.

Educar, tratar bem os filhos, cuidar das crianças, não significa fazer todas as vontades. Muitas vezes, é na contrariedade que encontramos a melhor proteção.

Contou-me este amigo que após a separação da mulher, há cerca de quatro anos, "a mãe assumiu que eu devia estar com eles o mínimo de tempo possível". "Sempre desejei a guarda partilhada mas não consegui. O melhor que consegui foi ficar com eles às quartas e quintas à noite e fins-de-semana alternados". Este pai aceitou as condições, impostas pela mãe, para conseguir resolver a questão do divórcio e levar a sua vida adiante. "Precisava do acordo de separação para poder pedir um empréstimo ao banco e fazer obras na casa onde ia viver. Tinha dívidas e precisava de resolver isso tudo", relata. 

 

As coisas correram desta forma até que este homem decidiu voltar ao tribunal para tentar a guarda-conjunta dos filhos (um rapaz e uma rapariga). A partir daí, diz, "o meu filho passou de um miúdo que me adorava e me dava abraços sempre que estava comigo, que gostava de falar de História com o pai, de correr e fazer surf, para um miúdo que odeia o pai e que no ano passado me chegou a escrever bilhetes a dizer estás f*#dido". O rapaz tem 13 anos! 

Pelo relato do pai, será a mãe quem tem convencido o filho a afastar-se dele.

 

Como não conseguia estar com o filho, tentou que o tribunal ordenasse a mãe a manter o acordo. Mas, uma vez que o rapaz se negava a estar com o pai, a justiça nada mais faz a não ser cumprir a vontade da criança. Deixando ao pai a função de tentar restabelecer o convívio com o filho. Ou seja, o Tribunal dá a uma criança de 13 anos o poder de decisão sem perceber o que está na base de tudo isto.

 

Até aqui, podemos todos pensar que ninguém deve obrigar o filho a ver o pai, ou a mãe. Mas, o que leva uma criança, pelo que se conhece, sem motivos que envolvam agressões por parte do pai, ou outra razão "justificável", a tomar esta decisão? Para os tribunais, é a opinião das crianças que conta. Em parte, tendemos em dar razão a esta atitude e, para que fique claro, a segurança das crianças deve estar sempre em primeiro lugar. Mas, não deveria o tribunal tentar perceber melhor a situação, em vez de se limitar a tomar a decisão com uma "simples" recolha das declarações da criança? Porque, se as crianças têm este poder de decisão, talvez devam ter a maioridade mais cedo, direito a tirar a carta ou votar antes dos 18 anos, por exemplo.

Afinal, estão a tomar uma decisão com grande impacto no seu futuro. E todos sabemos que numa grande parte dos casos, as crianças acabam por atingir a maioridade, sem que o tribunal consiga fechar o caso. E, nessa altura, o tempo que passou, como diz a canção, "não volta, não".

 

Da parte que me toca, e como este texto não se trata de uma investigação minuciosa, posso relatar um outro caso que me é muito próximo. Uma filha, foi retirada à mãe, com base na sua vontade e assente numa declaração que me assustou na altura, como testemunha.

 

"Acha normal que a mãe não deixe a filha ir a uma discoteca?" Esta frase, proferida por um elemento do Ministério Público, ainda hoje me ecoa na cabeça. A rapariga em questão tinha 12 anos, era uma excelente aluna e com grandes notas a matemática. A decisão, foi entregar a rapariga ao cuidado dos avós paternos. Pai, que, neste caso, esteve quase sempre ausente da sua vida, por vontade própria.

 

Resumindo a história, que é longa, a rapariga deixou de estudar, acabou por ir viver com um rapaz, teve uma gravidez que não chegou a ir adiante, foi alvo de agressões por parte do rapaz durante um bom par de anos (em casa dos pais deste, onde moravam), e neste momento, já maior de idade, está a viver em casa da mãe. 

 

Era uma criança com um futuro à sua frente, que podia ter concluído os estudos, e que está agora à mercê da sorte que a vida lhe proporcione. 

Como pai que sou, até agora sempre presente na vida da minha filha, assusta-me pensar nestas situações e apenas desejo nunca ter de passar por isso.

Ninguém é inocente e todos sabem que, numa grande parte dos casos, os adultos tendem a manipular as crianças, usam-nas como armas nas desavenças dos adultos. Não é fácil para uma criança tomar uma decisão destas.

 

Voltando ao caso deste amigo, a relação com a filha continua a ser "normal" mas, com o filho, "as coisas estão muito difíceis". Casos como este contrastam com os de pais que, simplesmente, não querem saber das crianças que trouxeram ao mundo. Abandonam o lar e mesmo obrigados pelo Tribunal a contribuir financeiramente para a vida dos filhos, conseguem ir adiando, fintando a lei.

 

Quando pensamos nestes casos, tendemos em imaginar os cenários com os estratos sociais mais baixos. Não só é falso como, muitas vezes, quanto maior a classe, menos classe têm. 

Ninguém sabe o dia de amanhã mas todos têm o poder de controlar a forma como tratam os filhos. 

Como pai que sou, até agora sempre presente na vida da minha filha, assusta-me pensar nestas situações e apenas desejo nunca ter de passar por isso. E recordo um episódio que sucedeu este verão com a pequenina, ainda antes de ter completado os três anos de idade. Estávamos de férias e, depois do banho, queria arrancar o alarme de uma embalagem de creme, daqueles retangulares que vêm colados aos frascos. Não deixei mas perante a insistência cedi, descolei o alarme, e deixei que pegasse naquilo. Era flexível e não me parecia perigoso. Resultado, um corte no dedo, sangue e uma berraria resultante de um misto de dor e medo.

 

Mas, coloco aqui este momento para partilhar aquilo que ela me disse passada a crise: "Pai, porque me deixaste mexer naquilo?" E não é que ela, nos seus 2 anos e meio, tinha razão e me deixou com um peso na consciência ainda maior? Educar, tratar bem os filhos, cuidar das crianças, não significa fazer todas as vontades. Muitas vezes, é na contrariedade que encontramos a melhor proteção.

 

Haverá outras conversas para falar do tema das relações, e porque razão chegam ao fim, mas na história principal deste texto, pelo que me foi relatado, o caso envolveu apenas uma rutura do casal. Sem traições! Por vezes, a vida é mesmo assim e os casais acabam por se afastar. O pior, é quando existem filhos envolvidos.

 

Uma coisa é certa, mesmo que agora pense que ao "convencer" o seu filho(a) a ficar contra o pai/mãe ganhou a guerra, quem acha que vai ele/ela culpar, quando, daqui a uns anos, começar a ponderar sobre o tempo que perdeu, ao manter-se afastado do pai/mãe?

 

Não ouvi a outra parte desta história, mas estou a escrever num blogue, não identifico ninguém, não se trata de um texto jornalístico, e confio na fonte, até prova em contrário. Até porque, "só quem está no convento, sabe o que vai lá dentro". E, quando uma relação acaba, cada um terá as suas razões.

 

Aos filhos que estão afastados dos pais e das mães, apenas porque tomaram um lado na "guerra" entre o pai e a mãe, (por "vontade" ou pressionados por uma das partes) em especial aqueles que já sabem interpretar estas palavras, pensem que o pai, ou a mãe, sofrem muito com a separação. Para os pais que colocam os filhos nesta situação, pensem duas vezes, antes de os fazer sofrer. Ninguém sabe o dia de amanhã, mas todos têm o poder de controlar a forma como tratam os filhos, em especial no momento em que decidem separar-se.

 

Porque, não restem dúvidas, uma separação não é apenas um problema dos adultos. As crianças sofrem sempre mais, mesmo quando o afastamento é feito de forma "civilizada".

Um livro, é um livro...

Um livro, é um livro...

Muito se escreveu, disse, comentou, sobre a atribuição do Prémio Nobel a Bob Dylan. Sinceramente, não tenho muito mais a dizer sobre o tema, a não ser que há muitos anos, perante a estranheza de algumas entregas, deixei de dar relevância a este galardão.

 

Para a maioria, Dylan nunca foi considerado um escritor de livros. Talvez seja essa a razão do choque. Mas a escrita, a literatura, não se resume a livros de massas (ou arroz, já agora). A poesia faz parte da escrita e como tal, pode e deve ser considerada para concorrer nesta categoria.

Todos gostariam de fazer parte da história, passar as páginas, uma a uma, lambendo ou não os dedos.

Podemos gostar, ou não. Como disse antes, não irei fazer esse juízo pois desconheço a escrita, além daquela que compõem a música de Dylan. E dessa gosto!

 

Todos gostamos de prémios, essa recompensa faz parte da nossa satisfação, seja um Nobel ou outro prémio. Mas escrevo apenas para realçar o facto de um livro, ser um livro. Podemos gostar mais ou menos de ficção, de policiais, de livros com supostas histórias reais e polémicas. Não deixa de ser um livro. Os que defendem que um livro deveria ser queimado, deviam olhar para a história recente. Não gostam, não leiam.

 

A imagem que coloco neste texto chegou através do Facebook. Desconheço o autor, e invejo-o. Consegue transmitir numa simples imagem, uma panóplia de emoções às quais ninguém fica indiferente. Uma imagem vale pro mil palavras. Neste caso, conta toda uma história que nos passa pelo pensamento de forma imediata.

 

O folhear de um livro ganha outra dimensão e ninguém quer saber o que está escrito naquelas páginas. Ou, dito de outra forma, todos gostariam de fazer parte da história, passar as páginas, uma a uma, lambendo ou não os dedos. E iriam absorvê-la sem sequer pensar.

 

Aquilo que, desde sempre, ao longo da História, marcou o futuro e faz recordar o passado, é a memória escrita e visual. E esta é uma imagem que dificilmente irá sair da memória de quem a vê.

 

Quem conhecer o autor, faça o favor de divulgar nos comentários. Eu próprio irei tentar descobrir mais!

Taxistas vs Uber e Cabify: As regras são para todos, mas são para cumprir

As regras são para todos, mas são para cumprir

A "guerra" que os taxistas estão a fazer contra "as empresas" que fornecem serviços à Uber e Cabify", tal como diz o presidente da Antral, Florêncio Almeida, tem tudo para provocar uma mexida a sério no setor dos tansportes. Quem irá ganhar, será o consumidor que, até hoje, tem sido, regra geral, mal servido e, em muitos casos, conduzido por pessoas que provocam arrepios.

 

Já o escrevi por diversas vezes, e repito: a Uber, a Cabify ou outra empresa qualquer que queira prestar um serviço, tem de respeitar e cumprir regras idênticas às impostas à concorrência (neste caso, o setor do táxi). No entanto, é preciso lembrar que o serviço prestado pelos táxis, em muitos casos, deixa muito a desejar.

 

Veículos sujos, com ar duvidoso (pergunto, como passam nas inspeções?) conduzidos por pessoas com a barba por desfazer, vestidos com roupa suja e que fazem a viagem com uma condução que nos faz rezar pela vida durante todo o percurso. No fim, pagamos e calamos! Dinheiro que pode fugir aos impostos porque muitas pessoas não pedem fatura. Algo que pode mudar nos próximos tempos com a medida governamental de permitir o desconto no IRS.

 

E isto sucede porque há falta de concorrência. Além disso, para quem não sabe, os taxistas têm uma componente de serviço público. Mas, se assim é, como é possível que se permita que o público seja conduzido em veículos a cair de podre?

Em Portugal, na Europa desenvolvida, há que ter regras num mercado aberto à livre concorrência. 

Esta tem sido uma das razões que faz com que a Uber, a Cabify e outras plataformas tenham sucesso. Um serviço personalizado e de qualidade. A juntar a isto, a forma selvagem como os taxistas se comportam durante as manifestações, têm provocado na opinião pública algum repúdio e feito com que muitos, que não usavam estas novas plataformas, passem a usar. Publicidade gratuita!

 

O setor do táxi tem de se modernizar, prestar um melhor serviço e é crucial um maior controlo sobre a qualidade. Afinal, se existem benefícios fiscais, que saem do bolso de todos os contribuintes, temos de exigir um serviço de qualidade.

"Dois dos condutores da Uber são dois dos maiores ladrões do Aeroporto", diz o presidente da Antral. 

Voltando ao tema das viaturas com falta de condições, e à questão que levanto mais acima, sobre o facto de passarem nas inspeções (todos sabemos que um carro chumba por defeitos mínimos). Há uns tempos um taxista, daqueles que enquadro como profissional a sério, explicou tudo.

 

Há carros "parados" que são usados para ir à inspeção em vez dos carros que circulam. As matrículas são trocadas, o carro bom vai à inspeção, passa e depois, no final, a matrícula volta ao carro de origem, com mossas, e, provavelmente, sem as condições mínimas exigidas para prestar o serviço de táxi.

 

São os esquemas montados e que, apesar de conhecidos, deixamos andar. Até ao dia!

 

Legalizar, claro

No que espeita às novas plataformas que prestam serviços de transporte, tem de haver regras e têm de cumprir determinados requisitos. Há a questão do trabalho precário, levantado pelos representantes dos taxistas, mas esse é o mal menor. Afinal, se me apetecer ganhar dinheiro extra, usando o meu carro, sujeitando-me a regras como a avaliação dos passageiros, porque não o posso fazer? Desde que pague os meus impostos pelo rendimento auferido, não encontro aqui qualquer problema.

 

A questão mais perigosa prende-se com a dúvida levantada ontem no programa Prós e Contras, pelo presidente da Antral: "Dois dos condutores da Uber são dois dos maiores ladrões do Aeroporto". Quer ele dizer que estes dois condutores, que ameaçou revelar as identidades, foram expulsos de condutores de táxi, por "roubarem" os passageiros nas viagens com origem no aeroporto. Mas, creio que isto não será novidade para ninguém, de todas as viagens que já fiz com origem no aeroporto, arrisco dizer, para não parecer exagerado, que talvez tenha apanhado dois que me serviram sem ir o caminho todo a praguejar e com ar de que iam parar na próxima esquina para me espancar por fazer uma viagem "tão curta".

O transporte avulso, feito por qualquer um, é tradicional de países do terceiro mundo.

Por isso, ao alegar isto, o presidente da Antral teria de expulsar quase todos os taxistas que circulam em Lisboa e que fazem praça no Aeroporto.

 

A formação 

Muito se tem falado do CMT (Certidão de Motorista de Táxi) a que os taxistas estão sujeitos, mas, como já me confidenciaram alguns taxistas, não passa de uma espécie de proforma, com poucas ou nenhumas exigências. Porque, se assim fosse, quero acreditar, os taxistas com roupa suja, barba por desfazer, que escarram durante todo o caminho e dizem palavrões até na presença de crianças, nunca estariam a conduzir um táxi.

Trata-se de um exame de uma hora determina se o taxista pode ou não exercer a profissão, depois de receber formação adequada. E que pode ser feito online...

 

Realço as alíneas q) Cuidar da sua apresentação pessoal; e r) Diligenciar pelo asseio interior e exterior do veículo; do Artigo 2.º da Lei n.º 6/2013

 

Pergunto, quem gostaria de ser conduzido por uma pessoa que afirma isto: "Leis são como as meninas virgens, são para ser violadas".

 

Agora, e porque penso que já fiz passar o meu ponto, o mercado deve ser livre, deve haver concorrência mas todos têm de cumprir regras e pagar os impostos devidos. Se a Uber quer funcionar em Portugal, que faça o mesmo que todas as outras empresas: registe-se nas Finanças e pague os impostos, como todos nós. Porque no atual cenário, a Uber, propriamente dita, nem sequer opera em Portugal, fornece uma plataforma onde empresas (seja um condutor ou uma frota com 20) prestam um serviço.

 

Essas empresas pagam impostos, sim, mas e a percentagem que fica na Uber, está isenta? Além disso, é preciso regras no que respeita aos condutores porque quando entro num carro, quero ter a certeza que estou protegido. O transporte avulso, feito por qualquer um, é tradicional de países do terceiro mundo.

 

Em Portugal, na Europa desenvolvida, há que ter regras num mercado aberto à livre concorrência.